sábado, 20 de março de 2010

Não Se Deixe Manipular

Os livros sagrados

“Se alguém ouça dizer que sabe a verdade, é mentiroso. Se alguém diz que pode fazer chover, prenda-o e obrigue-o a fazer chover. Não o deixe pensar que somos otários.”

Quando começamos a descobrir e a se deleitar, na infinita sabedoria e nos mistérios das páginas dos livros sagrados, somos aprisionados por eles. Nossa vida muda radicalmente da água para o vinho quando mergulhamos de cabeça nas páginas desses livros. Logo nos julgamos privilegiados e iluminados por Deus. Muitos saem por ai, gritando aos quatro cantos do mundo e até para os surdos, toda a verdade que julga ter se conscientizado. Na verdade, isso é um forte indício da loucura. Ficamos loucos e escravos dos mistérios desse livro sagrado.
A lista de absurdos que demonstram o poder de tais livros, sobre lideres religiosos e insanos, é longa e estão registrados nas páginas da nossa história. O tempo passa, mudam-se os métodos, mas o poder da manipulação continua eficiente e eficaz. (Isso é válido para qualquer livro considerado sagrado por um povo, mas, vamos usar, aqui, o exemplo da bíblia).
Vejo muitas pessoas pelas ruas, visivelmente loucas, gritando e pregando as mensagens da bíblia sem se importar, se as pessoas estão ouvindo-as ou não. São pessoas aprisionadas pela sabedoria das páginas da bíblia. Pessoas sem potenciais intrínsecos desenvolvidos, sem alguma formação filosófica ou teológica, são as vítimas mais vulneráveis do mistério das páginas de um livro sagrado, como é o exemplo da bíblia. Mas, se algum dia essas pessoas sedentas de sabedoria, compreenderem verdadeiramente as mensagens espirituais da Bíblia, então, se libertarão dela. Escorregarão para as margens do livro até caírem para fora. De fora é que realmente temos uma visão mais ampla. Quando estamos livres, então a bíblia, ou qualquer outro livro sagrado, estará sob o nosso domínio e não o contrário. Não seremos mais loucos de sairmos gritando por todos os cantos, algo que só agora, passamos a entender de verdade. E a verdade é que nada sabemos. Esse é o primeiro nível da consciência. Se alguém ouça dizer que sabe a verdade, é mentiroso. Se alguém diz que pode fazer chover, prenda-o e obrigue-o a fazer chover. Não o deixe pensar que somos otários.
A bíblia se tornou tão clara de repente, no meu entendimento, que eu me encontrei livre dos tentáculos misteriosos que me prendiam a ela. O estudante, ávido para absorver a sabedoria da bíblia, só consegue desligar dos seus tentáculos, quando desvenda todos os seus mistérios. Pode não acreditar, mas isso acontece com algumas pessoas. A maioria delas se perde no abismo dos mistérios não desvendados, mas outros guerreiros continuam a lutar até encontrar outros caminhos para serem trilhados. Deus envia seus raios de luzes com conteúdo de sabedoria, para buscadores sinceros que tenham uma tela de projeção nas paredes escuras do cérebro. Esses buscadores têm o privilégio de assistir de camarote, dentro de si próprio, todas essas projeções, sempre que desejar. Abominam o fanatismo. O fanatismo nunca é assumido pelo fanático. O fanático acha que os outros são os verdadeiros fanáticos. O fanatismo é o tapa-olho dos buscadores iniciantes. Enquanto se está incorporado pelo fanatismo, não se vê nada além das páginas da bíblia. Quando perde parte do fanatismo, percebe que, tudo na bíblia, tenta lhe fazer enxergar, fora dela. “Quando o sábio aponta o dedo para as estrelas, o leigo vê, apenas o dedo.” A bíblia aponta para fora e não para dentro dela. Dentro dela é limitado e sufocante. Os olhos, e apenas os olhos, devem adentrar as páginas da bíblia, mas o espírito e a mente devem buscar as interpretações e o entendimento, no infinito. Aqueles que foram dominados pelos mistérios das letras das páginas dos livros sagrados, mergulham em um estado de loucura, como é o caso de muitos líderes religiosos e loucos:

Pastor Jim Jones levou 900 à morte em 78
Publicado em 28/03/97 no Jornal Folha de São Paulo

O caso mais famoso de suicídio coletivo associado ao fanatismo religioso foi o do pastor americano Jim Jones e sua seita, o Templo do Povo. Mais de 900 pessoas morreram ao ingerir uma mistura de suco de laranja com cianureto, na noite de 18 de novembro de 1978, em Jonestown, uma aldeia no meio da selva na Guiana. Os que se recusaram a beber veneno foram assassinados...
''Não estamos cometendo suicídio. Este é um ato revolucionário. Não podemos recuar porque eles não nos deixarão em paz. Bebam o suco e sejam gentis com as crianças'', disse Jones aos seus 913 seguidores, entre eles 275 crianças e 12 bebês.”

“Outro caso desse tipo ocorreu em setembro de 1985 nas Filipinas. A ''sacerdotisa suprema'' Mangayonon Butaog matou seus fiéis com formicida com a promessa de que todos veriam a ''a imagem de Deus''.


A maioria dos lideres religiosos, loucos, surgem das páginas dos livros sagrados. Não se pode ler, por exemplo, a bíblia e interpretá-la ao pé da letra. Dessa forma vamos transformá-la em um livro de contos e lendas, do tipo, a história da cegonha e o bebê dentro do saco pendurado em um longo bico. Quando deixamos de ser crianças, nos tornamos adultos com um entendimento maior, ou seja, compreendemos então que por trás da história da cegonha, há um fundo de verdade: um longo bico, um saco com um futuro bebê dentro e um ritual de relacionamento humano que gera uma nova vida. A história é a mesma mas como adultos, entendemos de forma real.

O que falar então da maçã do Éden?

Será que por causa de uma fruta tão doce, material e inofensiva, toda uma humanidade que nem existia caiu em desgraça? Violências, estupros, fome, guerras, arrogância, ambição sem controle, extermínio dos seres humanos pelos próprios seres humanos...
Tudo isso veio a existir porque Deus, como se não conhecesse o futuro, como se fosse um cientista humano comum e imperfeito surpreendeu-se com a ineficiência da sua própria criação, em cumprir ordens? E pasmem!...
Revoltado e cheio de ódio e vingança, condenou a sua criação, (o casal existente) e a humanidade ainda não existente, as terríveis e cruéis punições?
Punições materiais, e também espirituais, ou seja, o ato de desobediência é espiritual e o objeto da desobediência, a maçã, é material?
Um Deus todo perfeito, poderoso e que conhece tudo, antecipadamente, e também que pode tudo, ficou de repente sem imaginação, sem visão do futuro e impotente?
Cometeu uma falha terrível ao criar um ser vulnerável e, continuou a proceder como um ser imperfeito e comum na execução do seu projeto da humanidade?
“Havia naqueles dias gigantes na terra; e também depois, quando os filhos de Deus entraram às filhas dos homens e delas geraram filhos; estes eram os valentes que houve na antiguidade, os homens de fama.”
E viu o SENHOR que a maldade do homem se multiplicara sobre a terra e que toda a imaginação dos pensamentos de seu coração era só má continuamente. (Gênesis 6 : 4 e 5)
Vendo todo o seu plano se tornar inviável, sentindo - ao pé da letra do versículo seis - a sensação do fracasso, Deus assumiu o erro ao se arrepender da criação da humanidade.

“Então arrependeu-se o SENHOR de haver feito o homem sobre a terra e pesou-lhe em seu coração.”

Então, o que é mais incrível, Deus, com o coração pesado agiu semelhante ao mais imperfeito dos homens, na tentativa de reparar as falhas do seu projeto, conforme consta do versículo sétimo:

“E disse o SENHOR: Destruirei o homem que criei de sobre a face da terra, desde o homem até ao animal, até ao réptil, e até à ave dos céus; porque me arrependo de os haver feito.”

Sem nenhuma complacência, Deus exterminou a humanidade, exceto Noé e sua família, inundando a terra com as águas do dilúvio.
“Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino”.
“Porque agora vemos por espelho em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei como também sou conhecido.” 1 Coríntios 13:11-12.

Crescer, deixar de ser crianças e se tornarem adultos. A humanidade ainda esta na fase infantil. Somos crianças estendendo as mãos para outras crianças mais espertas e inconseqüentes, que fingem ser adultas.
Não procure a Deus com os olhos fechados, tateando e tentando se pendurar (Nele) como uma tábua de salvação; procure-o, para conhecê-lo e, estará conhecendo melhor, a si próprio e a razão de existir. Não o procure pelo caminho da fé (acreditar no escuro), mas procure pelo caminho do conhecimento (caminho da luz). Também, não se prenda a nenhum caminho. Todos os caminhos são próprios para serem conhecidos e trilhados, mas não para se perderem neles.

Feliz daquele que se liberta, antes que a loucura o aprisione definitivamente.

Obs: Trecho de um livro que escrevi e não editei


Josué

terça-feira, 2 de março de 2010

I Seminário promovido pela Caravana do Cordel

CARAVANA DO CORDEL PROMOVEU SEU I SEMINÁRIO

Neste último 28 de Fevereiro, para quem ainda tinha dúvidas, ficou perceptivo a força que tem o cordel. Em pleno domingo chuvoso, cerca de 40 pessoas compareceram do I SEMINÁRIO DE CORDEL . O evento foi uma realização do Movimento-Escola Caravana do Cordel, visando um novo olhar, melhor discuti-lo e, sobretudo, perseguindo meios de ampliá-lo. Assessorado pelo Dr. Aderaldo Luciano que abordou pontos pouco falados no meio cordeliano. E pelo poeta, folclorista e pesquisador Marco Haurélio, que apresentou um panorama atual da produção e publicação de Cordel no Brasil. Crispiniano Neto, secretário de cultura do Rio Grande do Norte, informou o que vem sendo feito em termos de políticas públicas relacionadas ao cordel em nível de Brasil. O seminário foi considerado por todos os participantes um sucesso. Veja abaixo o discurso de abertura do evento lido por Cacá Lopes e escrito por Varneci Nascimento e Pedro Monteiro:

Pseudo-pesquisador,
Desatento, sem postura,
Já causou para o cordel
Uma série de “lesura”
Negando-lhe o status
Próprio de literatura.

Por isso, que nós poetas,
Cansados de escutar,
Absurdos sobre o tema
Resolvemos convidar
Vocês pra pormos as coisas
No seu legítimo lugar.

Uma confusão imensa
Espalhou-se no geral,
Que herdamos o cordel
Da Europa, que é igual,
O que se produz aqui
Ao mesmo de Portugal.

Estudos hoje comprovam
De maneira fascinante:
Cordel é literatura
Um gênero muito importante,
Não tem quase nada a ver
Com o nome de barbante.

Isso são só alguns tópicos
Entre os quais discutiremos,
Sepultando os embaraços,
Sem problemas ficaremos,
Com quem veio palestrar
Nossas dúvidas, tiraremos.

Não pedimos privilégio,
Mas, queremos o direito,
Pra esta literatura,
Um merecido conceito,
Pois só assim ao cordel,
Hão de tratar com respeito.

Contudo, reconhecemos,
Mudanças em andamento,
Livros de cordéis lançados
A todo e qualquer momento,
É muito bom, mas não é,
O fechado cem por cento.

Por isso, o movimento,
Do cordel quer ser fecundo,
Propor algo que alcance
A todo globo rotundo,
Para que o mundo seja,
De cordel pra todo mundo.

Assim lhes agradecemos,
Por está aqui presente,
E também é bom que saiba
Quanto isso alegra a gente,
Há de ser muito melhor,
Unidos daqui pra frente.

Cada presença é marcante,
Estudante ou editor,
Amante da poesia,
Curioso ou professor,
Poeta ou jornalista,
Mestre ou pesquisador.

Sintam-se em suas casas
Aproveitem pra valer.
Amemos mais o cordel,
E em algo podem crer:
Só com esforço de todos
O cordel pode crescer.

Porque sei que é imenso
O seu lindo itinerário,
Por quem devemos lutar,
E torná-lo planetário!
Pra você que está perto
Agora declaro aberto,
O Primeiro Seminário.

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