domingo, 26 de abril de 2009

O Rei Jumento

“Não pense de si mesmo, além do que convém.”
Romanos 12:03

Tarde quente, sufocante, barriga empanturrada do PF do centro, buzinas, ronco de motores, muita fumaça, muitas pernas de gente e saco cheio de tédio, mas mesmo assim, com todos os protestos do corpo, inclinei-me, dobrando a coluna enferrujada, retorcendo as vértebras para apanhar no calçadão uma folha de jornal pisoteada pelos transeuntes cegos. Corri os olhos, virei à folha e lá estava o que eu sempre procuro - uma gota de sabedoria dando sopa. Gotas e respingos de sabedoria, encontro nos lugares mais insólitos: No lixo, nos balcões de bares, enfiados nos assentos dos ônibus públicos,voando sobre a minha cabeça por força do vento, nos banheiros fedorentos,...
Sabedoria é um elemento democrático, livre e acessível a todos, indiscriminadamente, ou seja, não importa se saiu da mente ou da boca de um rico ou de um pobre, de um gênio ou de um ignorante, o fato é que as fontes da sabedoria são isentas de preconceitos, de raça, de cor, de religião, de nível sócio-político-econômico, sexuais,... Mas, como estava dizendo, estava lá a gota de sabedoria que sempre alegra o meu intelecto e a minha alma. Você é amplamente livre para ler abaixo, nos próximos parágrafos. Você decide, mas não fique com pena do Jumentinho:

“E, indo os discípulos, e fazendo como Jesus lhes ordenara, trouxeram a jumenta e o jumentinho, e sobre eles puseram as suas vestes, e fizeram-no assentar em cima. E muitíssima gente estendia as suas vestes pelo caminho, e outros cortavam ramos de árvores, e os espalhavam pelo caminho.” Mateus 21:06-08
“Era o primeiro dia da semana, e um jumentinho andava vagarosamente pela estrada poeirenta. No seu lombo ele carregava um passageiro que nunca tinha carregado antes.
O jumento e seu passageiro tinham deixado Betânia naquela manhã e eram acompanhados por homens que viajavam a pé. Agora, algumas horas mais tarde, eles passaram pela encosta do monte das Oliveiras e chegaram à cidade radiante de Jerusalém.
De repente, o animal ficou surpreso com os gritos da multidão à medida que se aproximavam dos portões. Logo o jumento percebeu que ele era o centro das atenções. Eles estão olhando para mim, disse a si mesmo. Levantou a cabeça e olhou para os rostos sorridentes que olhavam para ele, - Eles estão sorrindo para mim! Pensou.
Um homem tirou a sua túnica e a estendeu no caminho do jumento. Uma mulher tirou o seu xale e o estendeu na estrada. Logo, as crianças começaram a deitar ramos das árvores pelo caminho, tornando-o um tapete macio e limpo para os seus cascos. Eles estão me honrando como se eu fosse um rei! O jovem jumento pensou. Ele ficou todo orgulhoso. Eles estão cantando para mim. Ah! Que maravilha! Eu sou maravilhoso!
Quando o cortejo chegou às escadarias do templo, a multidão ficou quieta. Por que eles pararam? Indagou o jumento. O louvor tem de continuar!
Foi então que o jumento percebeu, chocado, que os gritos não eram para ele. Seu passageiro desmontou e subiu os degraus do templo. A multidão o seguiu, deixando o jumento sozinho na rua, amarrado a um poste. Eu devia ter me sentido honrado, percebeu o jumento, de ter carregado no humilde lombo o homem chamado Jesus, mas eu estava tão convencido com o que eu achava ser a minha importância que não apreciei a honra que eu tinha recebido.
Imagine! Um jumento recebendo o louvor e a adoração que pertencia a Jesus! Que ridículo! Que arrogante!
Nós humanos, porém, cometemos o mesmo erro. Nós nos tornamos orgulhosos e achamos que somos o máximo.
Deus ordena: “Não pense de si mesmo além do que convém”. Deus sabe que nossa tendência é deixar-nos levar a receber crédito por coisas que não fizemos. Qualquer atitude orgulhosa que temos nos impede de apreciar as coisas que Deus nos deu. Deus valoriza a humildade.”

*(Trecho extraído do: Informativo O Semeador – Ano 1 – nº. 6 – bimestral julho/agosto – 2006. (Penha) SP.)

Pois é, caro leitor! Quem pode afirmar que não pensa de si mesmo, mais do que convém?
Eu penso. Penso mesmo, não vou negar. Não vou mentir a mim, mesmo. Quem fala a verdade não merece castigo e eu não serei mentiroso. Todos os dias, acordo me achando, entro no metro lotado empurrando a todos porque eu preciso de espaço. “Estou sempre me achando.” Mesmo quando sou obrigado a pedir favores a outrem, eu me acho o “todo-todo”. Jogo uma toalha descuidada sobre o meu orgulho, sobre o meu convencimento e peço o favor. Claro, se não tem outro jeito! Depois é só puxar a toalha e tudo é glória pessoal. É verdade! Gostaria de dizer o contrário! E quer saber mais? Até em dizer essas verdades do meu próprio interior, já me sinto orgulhoso e sábio, mais que os outros. Poder, orgulho, soberba, egoísmo, arrogância, é muito mais que uma taça do elixir dos deuses; muito mais que uma orgia com as mais lindas e atraentes mulheres. Tudo isso leva a sensação de poder e, poder é o atributo natural de Deus. A natureza do homem é ambicionar a divindade. Aconteceu lá, em pleno cenário do céu, com o querubim Lúcifer – a luz das esferas – a pedra brilhante dos jardins dos céus, o mais poderoso e inteligente e, o final foi a sua irrevogável e irretratável expulsão das mordomias celestiais, que resultou na queda para o inferno da matéria sem luz.
Sou eu, mais forte que Lúcifer, quando no seu estado de anjo do bem? Eu, humano, escravo e residente de uma matéria física escura, inconsciente das minhas próprias origens; sou eu, mais resistente ao assédio do poder, do orgulho, da ambição desmedida, da arrogância, da luxúria,...mais resistente que Lúcifer?
Para lembrar que o mal não compensa, tento não esquecer que, mesmo com todo o seu poder e glória, a recompensa por não resistir ao mal, foi o exílio no inferno. O tal “lago de enxofre que arde dia e noite”, as “trevas exteriores”, onde se ouvem” prantos e rangeres de dentes” . – “E o diabo, que os enganava, foi lançado no lago de fogo e enxofre, onde está a besta e o falso profeta; e de dia e de noite serão atormentados para todo o sempre. (Apocalipse 20 : 10)

Quem quer ir para o inferno? Você quer? Eu não quero.Eu não sou besta! Besta ou Jumento, é a mesma coisa. Veja o que diz o Aurélio, aquele que pensa que sabe mais que os outros: Besta: Quadrúpede (Mula, Jumento); Pessoa muito curta de inteligência; Indivíduo pretensioso, pedante, presunçoso; Metido a besta, cheio de empáfia; vaidoso; convencido e pretensioso.
Na verdade, tudo isso você pode resumir em uma só frase: Aquele que pensa de si além do que realmente é.

Josué

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Vida passada a limpo


Categoria ECA na Escola
(Premiado do 2º Concurso "Causos" do ECA)
Vida passada a limpo
Maria Sueli Fonseca Gonçalves (AEL)
São Paulo, SP

Pedro, 14 anos, negro, morador da periferia de São Paulo, toma conta de carros estacionados na rua para ajudar no orçamento da casa. A vida não está nada fácil e, para completar, é "convidado a procurar" outra escola por mau comportamento. Acabrunhado, magoado, confuso e diminuído, o menino chega na nova escola. Quem o observasse com atenção, no entanto, perceberia nos olhos negros e graúdos um não-sei-quê de ternura, de bondade e de infância lutando para virar juventude digna, correta e normal, apesar de tudo.


- Professora, professora!
Ela não o conhecia e não o ouviu, seguiu pela rua estreita, a passos rápidos, porque precisava chegar na outra escola e cumprir a segunda jornada do dia.
- Professora, professora!

- É comigo que você está falando? Desculpe, parece que ontem era você me chamando. Desculpe. O que há?
- Eu quero ser acadêmico. O que preciso fazer para ser acadêmico?
Pedro ouvira falar da Academia Estudantil de Letras Padre Antônio Vieira, onde alunos da escola ocupavam cadeiras literárias e participavam de estudos semanais, defendendo os seus patronos.

- Pois não. Você pode ser um acadêmico, sim. Vamos combinar? Todas as últimas quintas-feiras do mês convidamos um escritor, poeta, literato para dar palestra aos acadêmicos aqui na escola. Neste mês, virá um escritor de nome Waldomiro Gonçalo, você vai gostar. Venha então na próxima quinta-feira.

Foi assim que Pedro chegou à Academia de Letras e identificou-se de maneira impressionante com o escritor convidado. Waldomiro, guarda-civil metropolitano, havia se "descoberto" escritor, conforme seu humilde depoimento, e lançado o seu primeiro livro. O poema "Fome", especialmente, tocou a sensibilidade do jovem estudante, que chorou ao ouvir a interpretação majestosa do autor, o qual, apercebendo-se, doou-lhe carinhosamente um exemplar.

Desse dia em diante, Pedro passou a freqüentar a Academia Estudantil de Letras como simpatizante e não se afastou mais dos livros. Era comum encontrá-lo com o livro de Waldomiro nas mãos, tentando memorizar o poema "Fome". Seus olhos tinham agora um brilho especial, não mais visível apenas a alguns, e em suas atitudes percebia-se uma transformação evidente: o menino descobrira o seu valor, a sua auto-estima havia sido recuperada e, por se sentir finalmente amado e respeitado, quebrou as amarras e libertou-se. Entre os "imortais", escolheu Manuel Bandeira e começou a estudar a vida e a obra des te notável poeta. Naquele momento, já era suplente, apoiado em seus estudos pelo acadêmico titular da cadeira pretendida.Tudo seguia normalmente.

"Essa história parecia ter chegado ao esperado 'final feliz', mas o destino pregou-nos uma peça" o menino descobrira o seu valor, a sua auto-estima havia sido recuperada e, por se sentir finalmente amado e respeitado, quebrou as amarras e libertou-se. Entre os "imortais", escolheu Manuel Bandeira e começou a estudar a vida e a obra des te notável poeta. Naquele momento, já era suplente, apoiado em seus estudos pelo acadêmico titular da cadeira pretendida.

A Academia Estudantil de Letras foi convidada a participar de um sarau poético numa das escolas vizinhas. Motivo de honra, porém, tratava-se da mesma escola de onde Pedro houvera sido "convidado a se retirar" pouco antes, conforme relatamos no início.O menino tremeu nas bases, obviamente. Como enfrentar tamanho desafio? Não comparecer ao evento foi a primeira idéia que lhe pareceu razoável. Não conseguiria subir ao palco e declamar. Como se posicionar diante dos antigos colegas e professores que conheciam tão bem sua antiga história, aquela que ele próprio desejava esquecer? Mais uma vez, nosso herói conseguiu se superar. Fechou os olhos, declamou o poema "Fome" emocionadíssimo, como antes nunca o fizera. A curiosidade inicial dos expectadores, estampada num meio riso em muitos rostos, foi, pouco a pouco , convertendo-se em seriedade e silêncio. Ao final, o jovem acadêmico Pedro, já titular da cadeira número 17, de Manuel Bandeira, na Academia Estudantil de Letras, foi aplaudido, de pé, entusiástica e respeitosamente, por todos.

Adquirido do Site:

http://www.promenino.org.br/TabId/77/ConteudoId/4efe6b90-adf4-4c0d-abdc-7e27a17fca95/Default.aspx

Em: 30/06/2006

Conheci a Academia que mudou a vida de Pedro


Tive o prazer de conhecer essa academia e a sua idealizadora Sueli Gonçalves. Fui convidado para realizar palestras em duas escolas municipais, onde havia sido implantado o projeto AEL-Academia Estudantil de Letras. Estas realizações em minha vida está entre os meus melhores momentos de prazer e alegria.

Também, tive o prazer de conhecer o personagem Pedro pessoalmente. Um jovem simpático, feliz e encantado com a AEL. Atualmente, várias escolas municipais ja implantaram esse projeto da AEL.


Na foto: Estou autografando folhetos de poesias de minha autoria para os acadêmicos, após a palestra na AEL da Escola Padre Antonio Vieira.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Mel, abelhas e florestas, sim, Canaviais, não.


Em viagem de férias para o Pontal do Paranapanema eu constatei a falta de consciência ecológica do nosso povo. Pela janela do carro, a paisagem é desoladora. Os olhos viajam e se perdem no infinito verde das plantações de cana. Os canaviais começam nas margens da rodovia e se unem ao céu na linha do horizonte. Um tapete verde sem uma única arvore para uma garça branca ou um carcará negro pousar.
Na preparação da terra para a plantação da cana, soube por um tratorista, que: Durante o dia a escavadora gigante abre enorme valas e a noite, as arvores são amarradas com correntes, derrubadas e arrastadas para essas valas, onde são enterradas. Tudo acontece na calada da noite. Na manhã seguinte, como por um truque de mágica, não se vê uma daquelas arvores, onde na tarde anterior, pousavam e cantavam alegremente as graúnas, as maracanãs e os bem-te-vis.
Também vi com os meus próprios olhos e o coração apertado, várias queimadas de áreas com plantações de cana destinadas ao uso das usinas. O horizonte negro se iluminava com gigantes labaredas e nuvens de fumaça. A queima é uma etapa que precede ao corte da cana pelos bóias-fria explorados.
Ateiam fogo de forma que tudo termine no centro da área, impedindo, cruelmente, que os animais como: Cachorros do mato, aves com seus ninhos e filhotes, cobras, sapos, e outros, tentem se livrarem da morte.
No futuro vamos nos orgulhar de ser o maior produtor de álcool, mas vamos nos envergonhar por ter destruído o nosso meio ambiente. A devastação das arvores; a queima da nossa fauna, a poluição do ar e todas as conseqüências decorrentes da nossa estupidez.
Mas nem tudo nas minhas férias foi digno de lamento, participei de uma coleta de mel com alguns apicultores na região de Diamante do Norte - PR. Uma pequena associação de apicultores luta para conseguir produzir e vender mel. Visitei vários apiários em áreas destinadas a reservas florestais legais e areas de preservação permanente que objetivam evitar o assoreamento de rios. Apiários precisam de matas e florestas solitárias, silenciosas e, isso é auspicioso para a natureza. Apoio essa idéia.
***
“O ano de 2008, mesmo cheio de desafios para o setor apícola brasileiro, terminou com valores positivos e preço recorde. O setor dobrou o valor das exportações, alcançando US$ 43,57 milhões, e aumentou em 42% - 18,27 mil toneladas - o volume negociado com o externo em relação a 2007, quando foram comercializadas 12,9 mil toneladas, com faturamento de US$ 21,2 milhões.”
“Os dados constam do levantamento consolidado pelo analista da Unidade de Agronegócios do Sebrae e coordenador nacional da Rede Apicultura Integrada Sustentável (Rede Apis), Reginaldo Resende.”
"· texto do Engº Agrº Pedro Francio Filho Divisão Florestal e Agroflorestal PLANAPEC Planejamento Agropecuário LTDA no site:
http://painelflorestal.com.br."
***
Que o Brasil seja o maior exportador de mel do planeta, ao invés de álcool. A floresta, as flores e as abelhas protegem a vida e a natureza. A cana é doce, mas, o fogo da estupidez humana a deixa muito azeda.

terça-feira, 14 de abril de 2009

Religião - Auto-ajuda

Não Se Deixe Manipular

Tipo: Auto Ajuda
Total de Páginas: 101 - Ainda não editado

Sinopse

Deus,
Diabo,
Demônios,
Igrejas,
Olho gordo,
Inveja,
Ramos de arruda,
Dentes de alhos,
Amuletos...



Você ainda tem medo de tudo isso?

Quando você vê alguém introduzir um raminho de arruda atrás das orelhas para se sentir mais seguro, protegido das forças invisíveis ou dos maus-olhados, o que você pensa?
Que os demônios das trevas vão tremer de medo do raminho e se afastar daquele individuo, cuja orelha parece que ficou maior? Ou Será que Deus vendo que o pobre coitado está com um raminho de arruda na orelha, vai afastar as coisas ruins dele? Não seria o caso de pensar que: Ou os demônios são muito frouxos por temerem uma raminho de um vegetal, ou que Deus usa de critérios idiotas e infantis, na administração e proteção da sua criação. O melhor seria concluir que tudo não passa de uma tolice oriunda da cegueira espiritual do ser humano.
E o que dizer das questões difíceis de responder?
1. Quem é você?
2. Quem é o indivíduo pecador que será ressuscitado, julgado, absolvido ou condenado?
3. Quem Deus ama?
4. O que é que vai subir?
5. Quem é o ser pessoal com vida própria?
6. Quem é que esta querendo saber de si próprio?
Sou o Fôlego Divino?
(energia espiritual)
O espírito? (ser espiritual) ou
O pó? (sangue e carne)

Então, quem sou?
Matéria, Espírito, ou uma idéia na memória de Deus? Se eu sou um espírito, de onde vim? Porque vim?
O que realmente fiz de errado espiritualmente para Deus? Digo espiritualmente, porque, matéria não tem vida própria, assim sendo, não pode ser julgada por ações cometidas por alguém que lhe dava vida anímica, ou princípio vital, usando-a como instrumento.
Se fui criado por um Deus perfeito, como Ele não previu que eu seria tão imperfeito? Deus perfeito gera uma criação imperfeita? Não me diga que fui criado perfeito e depois me tornei imperfeito! Seria como dizer que Deus, perfeição absoluta, tem a opção ou a possibilidade de se tornar um dia imperfeito. Deus nos formaria imperfeitos e depois nos condenaria por sermos imperfeitos?

1. O pó ao pó, o espírito aos céus?
2. Somos o espírito?
3. O espírito será julgado, talvez condenado e destruído?
4. Mas o espírito não é eterno?
5. Como um ser eterno será destruído se for condenado no dia do juízo final, segundo o livro sagrado?
Essas questões serão discutidas nesse livro, de forma fria, imparcial, lógica.
Quando decidimos questionar sobre Deus e a existência, não importa o que acreditamos, não importa a rigidez da nossa fé. Ou questionamos o assunto de forma imparcial e lógica ou ficamos com os conceitos pré-estabelecidos da fé, que não necessita de comprovações ou de maiores conhecimentos sobre a questão teológica. A fé se contenta em caminhar cegamente, com a mão apoiada em algum ombro de sua confiança, ou seja, o caminho da escuridão. Quem questiona esta procurando conhecimentos para seguir o caminho da luz. Todas as questões discutidas ou afirmações, nada disso, têm a pretensão de ser entendido como suprema verdade.
Suprema verdade é para a suprema perfeição, não para seres imperfeitos como nós.

Autor

***


Não Se Deixe Manipular


Primeiro Capítulo:

Os livros sagrados



Se alguém ouça dizer que sabe a verdade, é mentiroso. Se alguém diz que pode fazer chover, prenda-o e obrigue-o a fazer chover. Não o deixe pensar que somos otários.
Quando começamos a descobrir e a se deleitar, na infinita sabedoria e nos mistérios das páginas dos livros sagrados, somos aprisionados por eles. Nossa vida muda radicalmente da água para o vinho quando mergulhamos de cabeça nas páginas desses livros. Logo nos julgamos privilegiados e iluminados por Deus. Muitos saem por ai, gritando aos quatro cantos do mundo e até para os surdos, toda a verdade que julga ter se conscientizado. Na verdade, isso é um forte indício da loucura. Ficamos loucos e escravos dos mistérios desse livro sagrado.
A lista de absurdos que demonstram o poder de tais livros, sobre lideres religiosos e insanos, é longa e estão registrados nas páginas da nossa história. O tempo passa, mudam-se os métodos, mas o poder da manipulação continua eficiente e eficaz. (Isso é válido para qualquer livro considerado sagrado por um povo, mas, vamos usar, aqui, o exemplo da bíblia).
Vejo muitas pessoas pelas ruas, visivelmente loucas, gritando e pregando as mensagens da bíblia sem se importar, se as pessoas estão ouvindo-as ou não. São pessoas aprisionadas pela sabedoria das páginas da bíblia. Pessoas sem potenciais intrínsecos desenvolvidos, sem alguma formação filosófica ou teológica, são as vítimas mais vulneráveis do mistério das páginas de um livro sagrado, como é o exemplo da bíblia. Mas, se algum dia essas pessoas sedentas de sabedoria, compreenderem verdadeiramente as mensagens espirituais da Bíblia, então, se libertarão dela. Escorregarão para as margens do livro até caírem para fora. De fora é que realmente temos uma visão mais ampla. Quando estamos livres, então a bíblia, ou qualquer outro livro sagrado, estará sob o nosso domínio e não o contrário. Não seremos mais loucos de sairmos gritando por todos os cantos, algo que só agora, passamos a entender de verdade. E a verdade é que nada sabemos. Esse é o primeiro nível da consciência. Se alguém ouça dizer que sabe a verdade, é mentiroso. Se alguém diz que pode fazer chover, prenda-o e obrigue-o a fazer chover. Não o deixe pensar que somos otários.
A bíblia se tornou tão clara de repente, no meu entendimento, que eu me encontrei livre dos tentáculos misteriosos que me prendiam a ela. O estudante, ávido para absorver a sabedoria da bíblia, só consegue desligar dos seus tentáculos, quando desvenda todos os seus mistérios. Pode não acreditar, mas isso acontece com algumas pessoas. A maioria delas se perde no abismo dos mistérios não desvendados, mas outros guerreiros continuam a lutar até encontrar outros caminhos para serem trilhados. Deus envia seus raios de luzes com conteúdo de sabedoria, para buscadores sinceros que tenham uma tela de projeção nas paredes escuras do cérebro. Esses buscadores têm o privilégio de assistir de camarote, dentro de si próprio, todas essas projeções, sempre que desejar. Abominam o fanatismo. O fanatismo nunca é assumido pelo fanático. O fanático acha que os outros são os verdadeiros fanáticos. O fanatismo é o tapa-olho dos buscadores iniciantes. Enquanto se está incorporado pelo fanatismo, não se vê nada além das páginas da bíblia. Quando perde parte do fanatismo, percebe que, tudo na bíblia, tenta lhe fazer enxergar, fora dela.

“Quando o sábio aponta o dedo para as estrelas, o leigo vê, apenas o dedo.”

A bíblia aponta para fora e não para dentro dela. Dentro dela é limitado e sufocante. Os olhos, e apenas os olhos, devem adentrar as páginas da bíblia, mas o espírito e a mente devem buscar as interpretações e o entendimento, no infinito. Aqueles que foram dominados pelos mistérios das letras das páginas dos livros sagrados, mergulham em um estado de loucura, como é o caso de muitos líderes religiosos e loucos:
“Pastor Jim Jones levou 900 à morte em 78
Publicado em 28/03/97 no Jornal Folha de São Paulo
O caso mais famoso de suicídio coletivo associado ao fanatismo religioso foi o do pastor americano Jim Jones e sua seita, o Templo do Povo. Mais de 900 pessoas morreram ao ingerir uma mistura de suco de laranja com cianureto, na noite de 18 de novembro de 1978, em Jonestown, uma aldeia no meio da selva na Guiana. Os que se recusaram a beber veneno foram assassinados...
''Não estamos cometendo suicídio. Este é um ato revolucionário. Não podemos recuar porque eles não nos deixarão em paz. Bebam o suco e sejam gentis com as crianças'', disse Jones aos seus 913 seguidores, entre eles 275 crianças e 12 bebês.”
“Outro caso desse tipo ocorreu em setembro de 1985 nas Filipinas. A ''sacerdotisa suprema'' Mangayonon Butaog matou seus fiéis com formicida com a promessa de que todos veriam a ''a imagem de Deus''.
A maioria dos lideres religiosos, loucos, surgem das páginas dos livros sagrados. Não se pode ler, por exemplo, a bíblia e interpretá-la ao pé da letra. Dessa forma vamos transformá-la em um livro de contos e lendas, do tipo, a história da cegonha e o bebê dentro do saco pendurado em um longo bico. Quando deixamos de ser crianças, nos tornamos adultos com um entendimento maior, ou seja, compreendemos então que por trás da história da cegonha, há um fundo de verdade: um longo bico, um saco com um futuro bebê dentro e um ritual de relacionamento humano que gera uma nova vida.
O que falar então da maçã do Éden? Será que por causa de uma fruta tão doce, material e inofensiva, toda uma humanidade que nem existia caiu em desgraça? Violências, estupros, fome, guerras, arrogância, ambição sem controle, extermínio dos seres humanos pelos próprios seres humanos...
Tudo isso veio a existir porque Deus, como se não conhecesse o futuro, como se fosse um cientista humano comum e imperfeito surpreendeu-se com a ineficiência da sua própria criação, em cumprir ordens? E pasmem!...
Revoltado e cheio de ódio e vingança, condenou a sua criação, (o casal existente) e a humanidade ainda não existente, as terríveis e cruéis punições?
Punições materiais, e também espirituais, ou seja, o ato de desobediência é espiritual e o objeto da desobediência, a maçã, é material?
Um Deus todo perfeito, poderoso e que conhece tudo, antecipadamente, e também que pode tudo, ficou de repente sem imaginação, sem visão do futuro e impotente?
Cometeu uma falha terrível ao criar um ser vulnerável e, continuou a proceder como um ser imperfeito e comum na execução do seu projeto da humanidade?
“Havia naqueles dias gigantes na terra; e também depois, quando os filhos de Deus entraram às filhas dos homens e delas geraram filhos; estes eram os valentes que houve na antiguidade, os homens de fama.”
E viu o SENHOR que a maldade do homem se multiplicara sobre a terra e que toda a imaginação dos pensamentos de seu coração era só má continuamente. (Gênesis 6 : 4 e 5)
Vendo todo o seu plano se tornar inviável, sentindo - ao pé da letra do versículo seis - a sensação do fracasso, Deus assumiu o erro ao se arrepender da criação da humanidade.
“Então arrependeu-se o SENHOR de haver feito o homem sobre a terra e pesou-lhe em seu coração.”
Então, o que é mais incrível, Deus, com o coração pesado agiu semelhante ao mais imperfeito dos homens, na tentativa de reparar as falhas do seu projeto, conforme consta do versículo sétimo:
“E disse o SENHOR: Destruirei o homem que criei de sobre a face da terra, desde o homem até ao animal, até ao réptil, e até à ave dos céus; porque me arrependo de os haver feito.”
Sem nenhuma complacência, Deus exterminou a humanidade, exceto Noé e sua família, inundando a terra com as águas do dilúvio.
“Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino”.
“Porque agora vemos por espelho em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei como também sou conhecido.” 1 Coríntios 13:11-12.
Crescer, deixar de ser crianças e se tornarem adultos. A humanidade ainda esta na fase infantil. Somos crianças estendendo as mãos para outras crianças mais espertas e inconseqüentes, que fingem ser adultas.
Não procure a Deus com os olhos fechados, tateando e tentando se pendurar em uma tábua de salvação; procure-o, para conhecê-lo e, estará conhecendo melhor, a si próprio e a razão de existir. Não se prenda a nenhum caminho. Todos os caminhos são próprios para serem conhecidos e trilhados, mas não para se perderem neles.
Feliz daquele que se liberta, antes que a loucura o aprisione definitivamente.

Teologia - uma visão radical da bíblia

OS DRAGÕES DA EXISTÊNCIA
Tipo: Teologia
Total de Páginas: 200 - não editado

Sinopse

A Origem
...
Meu caro jovem, só mais uma pergunta, por favor: - Me responda então, de onde surgiu esse macaco homem, e todas as espécies de macacos existentes? Você sabe?-
Bem...é muito complexo senhor, mas uma das hipóteses é que, tudo começou com um grão de poeira cósmica e, com o passar de bilhões e bilhões de anos, essa poeira se evoluiu para um micro organismo e, foi evoluindo, foi evoluindo... até formar o homem, entendeu?
- Sim. Eu entendi, mas continuo acreditando que foi Deus quem criou tudo isso. Tudo teria mais sentido, você não concorda?
Foi então que o jovem, já impaciente, olhou-me nos olhos e perguntou:
- Eu também tenho uma pergunta para o senhor.
- Pois não, faça a sua pergunta, jovem.
- Me responda então, de onde surgiu Deus? O senhor sabe?
- Bem...é muito complexo jovem, mas uma das hipóteses é que, tudo começou com um grão de poeira cósmica e, com o passar de bilhões e bilhões de anos, essa poeira se evoluiu para uma micro partícula espiritual e, com mais outros bilhões e bilhões de anos, foi evoluindo, foi evoluindo... até se formar Deus, entendeu?
...Deus, Natureza e o Homem: Quem é Criador e quem é criação?
Deus auto-existiu e provocou a criação da natureza e do homem. Tudo na natureza leva a crer que, ela foi projetada nos mínimos detalhes, e com perfeição. É evidente, também, que o homem não faz parte desse sistema. A natureza, por si, permaneceria em eterna harmonia, se não houvesse a interferência do homem, o que prova que, o homem é um elemento externo, ou seja, um invasor, forasteiro e predador.O homem não foi um macaco da natureza, que se evoluiu. O homem foi imposto à natureza.
Se aceitarmos a inexistência de um Criador, resta-nos acreditar que a natureza e o homem, auto-existiram, mas, se aceitarmos a hipótese de que Deus auto-existiu, então, a natureza e o homem foram criados, de conformidade com um projeto, objetivando os desígnios do seu Criador. Como sou obrigado a optar por uma das duas hipóteses, e não existem outras, fico com a mais lógica.
***
Parte do Capítulo: O Nada

“Do abismo do Tao nasce a vida;
É mantida pelo poder da vitalidade,
Manifestada pela materialidade,
E completada pelo livre arbítrio da vida “.

(Do livro “Tao Te Ching” de Lao-tsé)
***
Da vacuidade, nasce a plenitude. O vácuo e o pleno. A plenitude se dividiu em o nada e o tudo. O nada não é o vácuo. O vácuo é absolutamente vazio. O nada não é vazio, só parece vazio, mas não é vazio. Do nada, criou-se o tudo. O Nada é a Inexistência. A Inexistência é o Nada. E do Nada, auto-existiu a existência. A existência é o tudo. O tudo é o Criador e o Criador é a existência. Assim é o Tudo ou o Nada. O Nada se criou do Tudo e o Tudo se criou do Nada. Existiram ou, inexistiram, simultaneamente.
Da mesma forma como não se pode dizer quem existiu primeiro, se o: alto ou o baixo, a frente ou o trás. Um não existe ou inexiste sem o outro. Um é a causa da origem do outro. Se não existe o alto, o baixo deixa de existir, pois sem uma referência, não há diferença. Tudo é relativo. O baixo com relação ao alto, e vice-verso. A morte só existe na vida. A vida só existe na morte. Nascemos para morrer e morremos para nascer. Todo o dia, morremos um dia. Um dia a menos de vida.
Tudo é dual. Assim é, a dimensão da eternidade. A Inexistência é o plano anti-espiritual, ou seja, o contrário de espiritual. A existência é o plano espiritual, ou seja, o contrário do anti-espiritual. O plano anti-espiritual, nada tem a ver com o plano material. O plano material não é o contrário do plano espiritual, visto que a luz espiritual não pode ser o contrário da escuridão provocada pela ausência da luz do astro solar. O contrário de material é imaterial, que não quer dizer espiritual. Assim como existe a luz do sol, e a escuridão pela ausência da luz do sol, também existe a luz espiritual e as trevas espirituais, ou seja, a ausência da luz espiritual. A luz solar e a falta dela (escuridão) são elementos do mundo material e, a luz espiritual e as trevas espirituais, são de natureza do mundo espiritual. Treva espiritual é o contrário de luz espiritual, e Abismo espiritual é o contrário de substância espiritual. Trevas espirituais é grau zero de luz e de perfeição, e Abismo espiritual é grau zero de matéria espiritual (substância bruta compacta).

Mitologia Grega em Romance


O DEUS DO CREPÚSCULO
(Viagem ao Olimpo)

Tipo:
Romance
Total de Páginas: 250 - não editado

Sinopse



No centro de uma praça pública, Joshua é empurrado para dentro de um portal do tempo. De repente, se encontra usufruindo a hospitalidade de Zeus, no palácio do Monte Olimpo.
(“Olimpo Montanha de 2.917 m de altitude, a mais elevada da Grécia, situada na fronteira da Tessália com a Macedônia, próximo ao mar Egeu. Segundo a antiga mitologia grega, este era o lugar onde moravam os deuses. No cume, ficavam seus palácios, construídos por Hefaístos. A entrada para o Olimpo era uma porta de nuvens protegida pelas deusas conhecidas como Estações.”).

Muito a vontade na grande sala com Apolo, Hermes, Atená e outros deuses, alimenta-se de néctar e ambrósia – o manjar dos deuses. A princípio Hermes o denomina como “Futurono” – filho do tempo, Crono – e posteriormente, como o “deus do crepúsculo”.Por ter vindo do futuro, Joshua é coagido pelo próprio Zeus, a ficar no palácio para assessorá-lo nas estratégias de guerra, da futura maior batalha contra os gigantes imortais, que retornaria do Tártaro, com sede de vingança. Segundo o Oráculo de Delfos, a vitória do senhor dos deuses do Olimpo contra os gigantes, dependerá da ajuda, incondicional, de um mortal. Para obrigá-lo a permanecer no passado, como aliado, Zeus serve a Joshua, folhas de Lótus - a planta do esquecimento – que ele come inocentemente. Refém, dos deuses e do tempo, vivencia – em tempo real – cem anos entre os fenômenos e a magia dos deuses, tentando interagir e modificar os acontecimentos que formaram o futuro, que só ele conhece.
Autor


Trechos do livro: O Deus do Crepúsculo

Parte do Capítulo
: Os centauros
...
- O que é Catábase, sábio Quirão?
- “Katábasis eis Haídu”. – disse Quirão - É a descida as trevas, ao Hades, ao inferno, meu hóspede Joshua. É preciso dar um mergulho nas águas borbulhantes dos caldeirões das trevas do nosso inferno interior; É preciso queimar definitivamente, o ego, que reina em nosso âmago, até a sua eliminação total. Livre, então, desse invasor, renasceremos purificados, senhor absoluto da nossa alma e da nossa razão, com a individualidade espiritual restaurada...
- Imagino que, Catábase, deva ser a noite negra da alma, na vida de um ser humano mortal?
- Não só dos mortais, mas dos imortais também - Complementou Quirão - Você mergulha fundo no pântano escuro do seu interior, para enfrentar as suas feras e os seus demônios. A luta é travada sobre a lama movediça. Se você for vencido, morrerá por afogamento na lama, mas, se vencer, usará os corpos inertes das feras como escudo para sair lodo.
Quirão falava com muita sabedoria e Joshua ouvia atento, enquanto observava a relva verde do vale.
- Antes que me fale sobre os centauros, preciso lhe falar sobre Lótus...
- Zeus deu-lhe folhas de Lótus para comer?

Parte do Capítulo: O palácio de Zeus
...
- Sabedoria é o objetivo da vida, Joshua – continuou Atená, uma das deusas eternamente ativa - Não há outra razão para uma vida existir nesse mundo de Urano, de Crono e de Zeus. Tanto quanto a você, eu sei que o homem esqueceu dessa verdade e criou outra razão para o fato de existir – os desejos do ego. Riquezas, poder e posição social são os objetivos dos mortais na vida. Essas qualidades são a essência de um deus, criado pelos próprios mortais. Por ele, os mortais se tornam escravos e morrem. Alguns quando desagradam, decepcionam ou se sentem indignos de cumprirem os desejos desse deus, até se matam. O deus Ego. Um deus de várias cabeças e que não tem palácio em lugar algum, a não ser dentro de cada mortal. Poderoso e indestrutível, pois tem uma cabeça para cada mortal existente. Cortam-se uma cabeça, logo nasce outra, como a Hidra de Lerna, que é um Monstro de nove cabeças, cujo habitat é o pântano perto de Lerna, Grécia, próximo à região de Argos. Ela tem um hálito mortalmente peçonhento e se, corta-lhe uma de suas cabeças, logo cresce duas no lugar; e o que é pior, uma das nove cabeças é imortal.
- Era imortal, minha adorada deusa. Esqueceu-se de que o semideus Hércules, filho de Zeus...
- O que está falando, Joshua? Quem é Hercules? Zeus não tem nem um filho com esse nome. Atená se mostrou preocupada e ansiosa.
Joshua percebeu o engano a tempo, pois, Hércules ainda não havia nascido – Desculpe a minha falta de atenção, é que eu estou confundindo as páginas do tempo.
- O que sucede nas dependências do meu palácio que eu ainda não estou sabendo? Pareceu o som de uma trovoada. Joshua tapou os ouvidos com as mãos.
- Será que tem alguém aqui surdo? Esse senhor precisa falar tão alto? Protestou, deixando evidente a sua irritação – As regras da boa educação não valem para o palácio de Zeus?
O responsável pela voz de trovão se voltou para Joshua como um raio, ou melhor, emitindo uma saraivada de raios que atravessaram o corpo dele sem provocar dano algum. Hermes fez uma expressão de estupefação e Atená que abriu a boca surpresa, logo entendeu tudo e sorriu aliviada. Zeus estava com as duas mãos abertas, pasmo tentando entender o que foi que deu errado. O todo poderoso, senhor do trovão e dos raios, deus dos deuses, não conseguiu atingir aquela, irrisória criatura?

Sabedoria de um guerreiro



CONFISSÕES DE UM GUERREIRO
(O Diário de Joshua)

Tipo: Romance
Total de Páginas:
160 - não editado

Sinopse
A lenda do burro e a carga de sal, escrita nas páginas de um estranho livro antigo e quase deformado, encontrado por Joshua no lixo de um edifício, serviu de fundo para as suas análises filosóficas.

Segue alguns trechos interessantes de uma crítica feita por um leitor amigo:
“O autor expressa com dramatismo a excêntrica caminhada dos seres humanos em busca de si próprio, tentando atingir o ponto crucial e fatídico de um dia se encontrarem, deixando transparecer as formas e movimentos que se combinam, trazendo à tona uma consciência espiritual e universal que permite surgir e arraigar verdades acessíveis e indispensáveis a todos". José Carlos.

Vivenciando e transmitindo sua sabedoria dentro da grande Metrópole, entre pessoas de todos os níveis sociais, tais como: ricos, pobres, trabalhadores e mendigos especiais, Joshua reencontra Helda – uma personagem do livro “As Trilhas da Eternidade” – e ela lhe fala sobre o seu guru da Índia, os seus conhecimentos e sobre a sua vida. Um dia Helda o convida para visitar uma caverna, onde realiza com ele, uma espécie de iniciação em um ato de magia sexual branca.
*****
Confissões de Um Guerreiro
Parte do Capítulo: O Mendigo Invisível

“...mas se o sal se tornar insípido, com que se há de restaurar-lhe o sabor? “
Acelerei os passos para cruzar a Rua Xavier de Toledo em direção ao Viaduto do Chá, numa trilha de formigas humanas em marcha acelerada. Cabisbaixo, percebia os vultos de milhares de pernas passando rapidamente contra mim. Uma voz estridente de um ambulante feria os meus tímpanos: “Cááápa de vídeo... Cááápa de vídeo”. Encostados na mureta do viaduto, vozes implorando para ler a sorte, nas mãos dos pedestres desafortunados. São os empresários dos espíritos: Curandeiros, ciganos charlatões, cartomantes, pais-de-santo e outros, alguns miseráveis maltrapilhos. Miseráveis querendo lucrar em cima de outros miseráveis. Pensei comigo:
- Não se oferece aos outros, o que não tem para si. Balancei a cabeça num gesto de injúria, pela ingenuidade dos seres humanos carentes, que alimentam esse tipo de comércio.
Mais à frente na Praça Patriarca, embarquei no ônibus e saltei na Praça Marechal Deodoro. Lá, dentro do ônibus, garotos com rostos pintados vendiam postais com mensagens de esperanças, em nome dos “palhaços da alegria dos enfermos de hospitais”. Um negócio lucrativo e organizado por algum empresário sem escrúpulos, não desmerecendo aqueles que o faz, com sinceridade no coração.
Cruzando a praça, outra cena degradante para os meus olhos: mendigos espalhados por todos os lugares e bancos. Sentei-me no único banco vazio, para consultar o endereço de uma correspondência a ser entregue. Um instante e já um mendigo estava sentado, ou melhor, tornou-se visível, na ponta do banco. Fingi não vê-lo. Mendigo não tem visibilidade social, enquanto permanece nas ruas e avenidas de uma cidade. Não é percebido pelas pessoas. Não consegui evitar um leve sorriso, ao fazer uma oculta comparação com Deus. Ninguém vê, ninguém ouve, apenas sabe que existe. É invisível, mas não é mendigo.
- What´s your last name, please?
- Será que ouvi direito? O mendigo falou em inglês? - Fingindo também não escutá-lo, respondi ironicamente em francês:
- Je m´apelle Joshua, Et toi? - Qual não foi a minha surpresa quando ouvi a resposta:
- Je m´apelle Paul. Que fais-tu, maintenant?
A situação ficou meio constrangedora. O inglês não faz a minha cabeça, mas o francês... Sempre gostei, e fui o primeiro aluno da classe nessa matéria. Acho que fiquei temporariamente fora do ar até que, decidi quebrar a regra da invisibilidade convencional.

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